sexta-feira, 26 de abril de 2013

"Comédia a sério" na Católica




Salvador Martinha e Bruno Nogueira falaram-nos "a sério" sobre o humor português.


Aristóteles acreditava que o riso era uma das formas de expressão mais puras do ser humano. Tendo em conta a situação que o país e a europa atravessam podemos partilhar da ideia do Bruno Nogueira que afirma que "os humoristas tentam desdramatizar as questões do dia a dia". No passado dia 23 de Abril, pelas 15h30, os humoristas portugueses Salvador Martinha e Bruno nogueira, pelo convite da Associação de Estudantes da Faculdade de Ciências Humanas (AEFCH) vieram à Universidade Católica Portuguesa de Lisboa, com o propósito de esclarecer os alunos da instituição o papel do humor na sociedade.

Após uma introdução de boas vindas aos humoristas por parte do Professor Doutor Diretor José Miguel Sardica, foi dada a palavra ao mediador João Pedro Magalhães (aluno integrante da AEFCH) que iniciou a conferência lançando a pergunta aos convidados se "tendo em conta o estado do país é possível que os portugueses estejam recetivos ao humor do mesmo modo". "As pessoas continuam a querer rir" afirma Salvador Martinha, seguido de um breve momento de humor estabelecendo o ambiente descontraído sobre o qual se seguiu toda a conferência. Para Bruno Nogueira a comédia é uma mais valia por servir de fio condutor entre aquilo que é sério e comum e o descontraído e preocupado.  Em suma os portugueses e a sociedade em geral procuram na comédia um escape ao stress e aos problemas com os quais somos bombardeados diariamente, seja no dia a dia, seja pelos media.

Depois de umas quantas piadas lançadas tanto pelo Salvador como pelo Bruno, dirigidas não só ao mediador como também a membros da plateia, o João Pedro dirigiu-se ao Salvador questionando-o sobre qual a sua preferência entre Stand up comedy e a televisão. "Sem dúvida o palco" respondeu Salvador, "porque saio mais feliz cada vez que atuo", o cómico explica ainda que esta sensação advém de um contacto mais próximo com a audiência recebendo assim um feedback mais puro daquilo que é o seu trabalho, por oposição à televisão que "é sempre menos natural".  Bruno Nogueira, concordou com a resposta do colega, reforçando que em televisão as câmaras não reagem às suas piadas.

De seguida foram os dois novamente inquiridos sobre o que é o mais importante para fazer humor. Bruno Nogueira foi o primeiro a responder dizendo que "ser o mais natural e fiel a si mesmo" são os traços que fazem qualquer bom humorista. Salvador em seguimento desta ideia acrescenta ainda que "tudo começa na escrita" tanto na televisão, como em casa para o seu canal no youtube, no palco, seja onde for "a escrita é um processo imprescindível". É possível compreender deste modo que a naturalidade exigida a um comediante é tão importante quanto o trabalho e o profissionalismo na escrita.

Como não podia deixar de "vir à baila" nesta altura, o dinheiro e os financiamentos foram o tema que se seguiram. João Pedro perguntou ao Bruno se alguma vez teria sentido dificuldades em realizar algum projeto por falta de orçamento. Após breve reflexão Bruno Nogueira respondeu resumidamente que no que toca a financiamentos tudo tem a ver com escolhas. "Sabemos que temos x dinheiro para determinado projeto, há que escolher entre fazer mais episódios com menos qualidade (no elenco por exemplo) ou fazer menos episódios com mais qualidade", Bruno Nogueira revela ainda que para gravar a "Odisseia" foram precisos apenas 2 a 3 dias de trabalho por parte de cada ator para várias semanas de episódios no ar, o que facilitou na gestão orçamental.

Para fechar o grupo de questões preparadas pelo mediador,  os convidados foram questionados se alguma vez viram os seus trabalhos afetados por algum tipo de censura. Esta questão originou vários pareceres por parte do Salvador e do Bruno bem como abriu mais espaço a intervenções da plateia. "Existem várias formas de censurar o humor: um deles é o nosso próprio limite de humor", quer-se com isto dizer que não é possível fazer piadas que agradem a todos os públicos, serviu como exemplo que a situação de um individuo com um parente doente não receberá com tanta facilidade uma piada sobre o mesmo, do que um sujeito liberto desse problema.

A conferência fechou com perguntas feitas pelos alunos na assistência que foram geralmente pautadas com alguma comicidade por parte dos convidados e uma sessão de fotos. Ainda a acompanhar esta conferência estiveram alunos de outras faculdades da mesma universidade e um pequeno grupo de estudantes de comunicação social a fazer a reportagem audiovisual.

Como nota geral pode-se retirar que o humor continua a desempenhar um papel fundamental na vida social e política tanto a nível nacional como internacional. Independentemente dos problemas que afligem os cidadãos, e da crise que atravessamos, continuam-se a procurar nos teatros espetáculos de comédia e boa disposição fazendo justiça às palavras de Aristóteles. Afinal como o próprio Salvador afirmou "o humor torna-me mais próximo da política e da sociedade".  

Nuno Lucena Martinho
Carlos Tiago Robalo

terça-feira, 16 de abril de 2013

Balanço da 1ª sondagem

José Sócrates

Considera Sócrates candidato ao poder?


Como tiveram oportunidade de reparar, o nosso blogue oferece uma secção de votação, para que os visitantes e seguidores da página possam apresentar a sua opinião acerca de um assunto escolhido por nós.

A nossa primeira pergunta "Considera Sócrates candidato ao poder?" teve como base o seu reaparecimento na vida política, desta vez como comentador na RTP, e o levantamento da especulação sobre o seu futuro envolvimento no governo ou não. As opções de resposta à questão eram: "Sim", "Não", "Apenas como PM" (Primeiro Ministro) e "Apenas como PR" (Presidente da República).

Conseguimos nesta votação uma contagem de 3 votos que se dividiu pelas opiniões "Sim" e "Não" pondo de parte as duas outras hipóteses mais específicas quanto ao futuro do ex primeiro ministro. 2 pessoas responderam que "Sim", José Sócrates é de facto um candidato ao poder enquanto que o outro voto negou essa possibilidade.

Embora o número de votos seja demasiado pequeno para se conseguir tirar uma conclusão objectiva, podemos restringir essa votação às pessoas que visitam e votam no nosso blogue. Assim sendo, segundo os nossos visitantes, José Sócrates é de novo candidato a um cargo no governo. Contudo existe ainda uma parte dos votantes que fecha portas a um novo Regime Socrático.


Nuno Lucena Martinho

domingo, 14 de abril de 2013

Um concerto "De Amor e Desejo"



As várias canções da música romântica francesa num piano e numa voz.

Francis Seleck; ator, encenador, cantor e músico de nacionalidade belga, voltou uma vez mais ao palco do auditório Fernando Lopes Graça, no Fórum Municipal Romeu Correia, em Almada para reproduzir, à sua própria maneira e estilo uma série de músicas e canções de origem francesa. Canções que vão desde Edith Piaf, passando por Serge Gainsbourg, Boris Vian, Juliette Gréco, até a Jacques Brel (cantor belga) e Barbara, foram ontem, dia 13 de Abril, cantadas, interpretadas e reavivadas na voz de Francis Seleck, magistralmente acompanhado no piano por Paul Timmermans.
 
Este concerto num ambiente de cabaré contou também com um par de músicas bilingues (em francês e português) e uma inteiramente cantada em português. Tendo em conta esta entrada da primavera, levou-se todos os ouvintes - que enchiam quase todo o auditório - numa viagem pelos mais variados meandros do amor e do desejo, cantados nas diferentes visões que os vários cantores, interpretados por Francis, nos deram no seu tempo.
 
Podemos considerar que todo o brilhantismo desta prestação por parte do cantor e do pianista, foi pautada pela interpretação que Francis Seleck dava a cada música, tanto pelos adereços, como pela teatralidade dos gestos, pela expressão e o olhar, bem como - principalmente e mais que tudo - pela voz quente, profunda e cativante, perfeitamente emparelhada com o piano cúmplice de Paul Timmermans que em mais que uma ocasião interagiu com o cantor numa clara naturalidade e à-vontade.
 
Não se ficando pelas canções mais badaladas que tanto caracterizam as músicas românticas francesas, mas estendendo-se às canções mais rebuscadas, podemos considerar algumas até mais atrevidas no estilo do cabaré, o intérprete conseguiu manter ao longo da quase hora e meia de concerto a atenção dos ouvintes recebendo calorosas palmas no final de cada canção bem como duas entusiásticas ovações de pé no final do concerto e no encore.   
 
Carlos Tiago Robalo

terça-feira, 9 de abril de 2013

Apresentações

O quê? Quem? Onde? Quando? Como?

Um jornalista é o primeiro a saber as notícias para depois ser o primeiro a divulgá-las. Nós, jovens em formação para um dia virmos a ser jornalistas, vimos através da criação deste blog uma oportunidade para desenvolver progressivamente as aptidões desse jornalista que conhece, investiga e divulga.

Neste projecto procuramos não só divulgar acontecimentos e factos da actualidade, como ainda aproveitarmos para desenvolver um espirito critico através de comentários sucintos aos artigos por nós consultados. Para o treino dos vários géneros jornalísticos vamos recorrer a diferentes tipos de técnicas de escrita, desde as mais tradicionais e sérias às de opinião e ironia.

Inspirados na importância considerável da cultura pretendemos aproveitar para fazer a divulgação de eventos de natureza cultural e sempre que possível comentá-los.

Somos dois estudantes de comunicação social e cultural da Universidade Católica Portuguesa de Lisboa, de 1º e 3º ano ambiciosos com espectativa de poder demonstrar que o jornalismo desta nova geração tem tanto as qualidades dos antigos, como as mais valias de um olhar jovem. Motivados pela situação não só económica, social e política do nosso país como também da nossa comunicação social, esperamos conseguir mostrar uma visão, que embora jovem seja igualmente profissional e "refrescante".

Feitas as apresentações de quem somos e daquilo que pretendemos com este blog esperamos ansiosamente que com o passar do tempo o nosso trabalho tenha o feedback que nos ajude a alcançar o impacto desejado, bem como a própria evolução da qualidade do nosso projecto.


Nuno Lucena Martinho
Carlos Tiago Robalo